sexta-feira, 4 de abril de 2014

O desabafo de Emerson Sheik

"Estou sendo humilhado no Corinthians. Nunca pensei passar pelo que estou passando. Não aqui.” O desabafo de Emerson Sheik, o grande responsável pela conquista da Libertadores…


Corinthians. "Estou sendo humilhado no Corinthians.
Nunca pensei passar pelo que estou passando.
Não aqui".
Este foi o desabafo que Sheik fez a um amigo em um show em São Paulo.
Não quis se alongar na conversa.
Até porque não está falando sobre sua situação com a imprensa.
Evita jornalistas.
Foi embora cedo para dormir e estar pronto para mais um dia na musculação.
Sabia que não iria treinar com o time.
Está afastado sem estar.
Vive uma situação hipócrita, comum no futebol.
Ou seja, vai ao CT todos os dias só que fica longe dos titulares.
Está fora dos planos.
Mas tem contrato.
Quando um clube não quer mais um jogador, o tortura.
Mano Menezes se convenceu que Sheik se acomodou de vez.
Perdeu a vontade de atuar no Parque São Jorge.
Mario Gobbi dá razão ao técnico.
E admite um dos maiores erros de sua administração.
Renovar o contrato de Sheik no ano passado.
O atacante tem 35 anos e acordo para ficar até junho de 2015.
Recebendo, entre luvas e salários, cerca de R$ 500 mil mensais.
Ou seja, ainda tem a receber cerca de R$ 7 milhões.
O arrependimento chega a dar azia no presidente.
A negociação tem um culpado: Tite.
Foi o ex-treinador quem lutou arduamente pelo jogador.
Tratou de retribuir o que ele fez pelo Corinthians na Libertadores.
Sheik desequilibrou a competição.
Principalmente os jogos decisivos.
Contra o Santos e o Boca Juniors.
O clube venceu a inédita competição sul-americana.
E abriu o caminho para ser bicampeão do mundo no Japão.
Só que o torneio que o atacante se destacou foi no primeiro semestre de 2012.
Desde então seu futebol caiu demais.
Seus arranques, dribles, gols, sumiram.
Passou a ser um jogador comum, facilmente anulado.
A vibração contagiante desapareceu.
Assim como seu envolvimento com o time.
Há vários fatores que pesaram.
O primeiro, pouco notado, foi a queda drástica de dois atletas.
Fábio Santos e Danilo, que o auxiliavam pela esquerda.
Ambos também jogaram mal demais 2013.
Eles o puxaram para baixo.
Danilo, inclusive, deixou de ser titular absoluto.
O episódio do beijo foi um grande tiro no pé.
De consequências profundas.
O jogador havia acabado de renovar o contrato com o Corinthians.
Ele sabia muito bem que foi graças a Tite.
1gazeta1 Estou sendo humilhado no Corinthians. Nunca pensei passar pelo que estou passando. Não aqui. O desabafo de Emerson Sheik, o grande responsável pela conquista da Libertadores...
Mas logo depois veio uma partida contra o Coritiba no Pacaembu.
O treinador decidiu substituí-lo.
E foi cumprimentá-lo na saída do gramado.
Emerson fingiu que não percebeu e não deu a mão a Tite.
O jogador sabia que isso repercutiria muito na imprensa.
Era muita ingratidão.
Foi quando resolveu naquele mesmo domingo desviar o foco.
Deu um beijo na boca de um amigo dono do restaurante Paris 6.
E ele mesmo colocou a foto nas redes sociais.
Era para ser uma atitude contra a homofobia.
Sheik não é gay, pelo contrário, coleciona namoradas como chaveiros.
Só que o comando das organizadas corintianas ficou furioso.
E foi ao Centro de Treinamento do Corinthians.
Desta vez, sem precisar invadir.
A diretoria, principalmente Mario Gobbi, também detestou o beijo.
Assim, depois de um treino, Sheik teve de ir para uma sala com os torcedores.
"Tomou uma prensa e descobriu que aqui é Corinthians.
E que a gente não aceita desrespeito.
Não tem essa de dar beijinho em homem", desabafou um diretor de uma organizada.
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Todos os jogadores acompanharam a situação.
E não se manifestaram publicamente.
Não deram apoio ao jogador.
Sheik se sentiu desrespeitado e isolado.
Seu procurador Reinaldo Pitta mandou que se acalmasse.
E pensasse no futuro, no seu contrato.
Mas a relação do atacante com os demais jogadores azedou.
O clima de brincadeira, companheirismo, acabou.
Depois chegou Mano Menezes.
O treinador que tentou levá-lo para o Flamengo.
E chegou a contar com ele no meio do ano passado.
Os indícios que Pitta deu à diretoria rubro-negra não se confirmaram.
O técnico ficou muito decepcionado com a postura do jogador.
Pairou no ar a sensação que o clube foi usado.
Serviu apenas para o valorizar na discussão sobre o contrato.
O treinador acreditava que se ele tivesse ido para a Gávea, a história seria outra.
Não teria se demitido, inclusive pagando para ir embora.
E eis que o destino os coloca frente a frente.
Lógico que a boa vontade de Mano não era a mesma.
Muito pelo contrário.
No mundo do futebol ele é conhecido como uma pessoa vingativa.
Tanto que quem o decepcionava na seleção era esquecido.
Fred, Ramires, Hernanes, Douglas sentiram isso na pele.
Sheik percebia que não tinha espaço algum.
Já não era titular absoluto.
Passou a frequentar o banco de reservas.
 Estou sendo humilhado no Corinthians. Nunca pensei passar pelo que estou passando. Não aqui. O desabafo de Emerson Sheik, o grande responsável pela conquista da Libertadores...
Para piorar, veio a invasão ao CT.
Vândalos gritavam que iriam quebrar as pernas de dois jogadores.
De Alexandre Pato e as do próprio Emerson.
O jogador estava no vestiário.
Ajudou a segurar os bancos que foram colocados na porta como barricadas.
Ou seja, viu muito bem o que aconteceu.
As lideranças do time chegaram a pedir que não houvesse jogo contra a Ponte Preta.
Mas ouviram da diretoria que a partida aconteceria porque 'era da Globo'.
Os atletas entraram traumatizados, irritados em campo.
Estavam evitando entrevistas.
Articulavam uma greve em represália à invasão.
Sheik foi perguntado sobre essa possibilidade.
"Primeiro é importante entender o motivo da greve. Eu particularmente não sei. Existem, sim, motivos para que um dia essa greve possa acontecer. Eu quero entender a situação para me posicionar. Não estou dentro nem fora da greve, quero entender pra tirar minhas conclusões."
A postura do jogador desanimou o comando do Bom Senso.
Principalmente Rogério Ceni.
Emerson se queimou com o elenco corintiano.
A partir daí, a diretoria mandou empresários de confiança trabalharem.
O Grêmio foi uma possibilidade.
Mas o clube gaúcho tentou colocar Kléber na negociação.
Mano detesta atletas indisciplinados.
Vetou o negócio no nascedouro.
Depois foi oferecido foi ao Atlético Mineiro.
Kalil quis dar em troca André.
E exigiu que o Corinthians pagasse os salários dos dois jogadores.
Gobbi negou.
Foi quando surgiu o Botafogo.
Situação que não contentou Sheik no início.
Sabe muito bem o quanto está enfraquecido o time carioca.
Além disso, tem consciência dos atrasos rotineiros de salários.
Também não é estúpido.
Sabe que, se acertar e tiver garantido seu pagamento, correrá sério risco.
Ser boicotado pelo resto do time que não recebe em dia.
Em média, dois meses de atraso.
Se completasse três, os atletas poderiam conseguir sua liberação na Justiça.
Situação que Ricardinho viveu ao trocar o Corinthians pelo São Paulo.
Pouco importou ser campeão do mundo em 2002.
Foi praticamente expulso pelos jogadores.
Inconformados por ser o único por receber em dia.
Reinaldo Pitta e Emerson sabem.
Gobbi não o quer mais no Corinthians.
Assim como Mano.
A situação é insustentável.
A Libertadores de 2012 ficou para trás.
Virou uma fotografia na parede.
Que desbotou muito, mas muito rápido...
5gazeta Estou sendo humilhado no Corinthians. Nunca pensei passar pelo que estou passando. Não aqui. O desabafo de Emerson Sheik, o grande responsável pela conquista da Libertadores...FONTE-R7 

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